Já que a minha companheira não se decide a escrever no blog (ai ai Marta Silva!! Também queremos saber coisas da Bélgica!!!), aqui vão mais uns tópicos acerca da vida em terras norte-italianas.
1. Os triestinos e os cães
Porquê este tópico? Ora bem, porque ao contrário do tuga que tem o cão por animal de estimação – sendo que estimação em português significa cuidar do cão e estimá-lo, lá está – os triestinos têm, no meu entender uma maneira esquisita de cuidar dos seus cães, que são mais animais de companhia do que de estimação. E porquê? Porque aqui é super normal levar o cãozinho para a noite ou para exposições ou para onde quer que seja; o que importa é que o bicho não fique sozinho em casa, por isso leva-se para todo o lado. Ao ponto de eu já ter visto um cão com uma tala na pata traseira e estar em plena rua numa noite de sábado onde o espaço entre pessoas mal dava para respirar!! E depois o típico triestino tem cães pequeninos, daqueles que dá quase vontade de meter na mala, portanto estão a ver que andar por estas bandas requer uma atenção constate ao chão, não se vá dar o caso de pisar algum cão. Mas pronto, é de louvar o esmero que se tem em não deixar o cão em casa, sozinho e abandonado!
2. Coisas que me deixam de boca aberta
Pois bem, tenho a declarar que a estupidez é, de facto, universal. Fiquei literalmente de boca aberta quando um italiano disse ao Benedito, um angolano: “Ah! Falas português!! Pensava que em África se falava africano!!” (sem comentários). E outra situação, desta vez muito mais grave (não só pelo que é mas porque aconteceu mais do que uma vez): quando andava a ver de casas perguntavam-me donde era (até aqui tudo bem) e depois, para efeitos de assinatura de contracto, perguntavam se Portugal era um país comunitário! Ora, a primeira vez aconteceu com o meu futuro companheiro de casa que tem para ai 20 anos, ou seja, ainda o bacano não tinha nascido e já nós pertencíamos à CEE! Depois foi um senhor de 40-50 anos…. Já devia ter idade para ver notícias quando entrámos para a dita CEE, não é? Enfim…
Mas nem tudo é mau, e posso dizer que hoje (sábado, dia 26 de Setembro) fiquei de boca aberta quando paguei 57cent por: um café com leite; pão com manteiga e marmelada (sendo que também havia Nutela e mel); um brioche (sendo que havia para ai umas seis variedades de bolos para escolher)!!! UAU! =) Escusado será dizer que vou voltar a tomar o pequeno-almoço na cantina mais vezes, mas não todos os dias, senão torno-me intolerante ao açúcar - ou diabética, não é Joana Nunes? (esta gente come hidratos de carbono que é uma coisa parva – doces logo de manhã, e muitos, e pasta e pizza ao longo do dia. Não há barriga tuga que aguente! Nem cintura, nem ancas nem nada!!!).
E por falar em cantina, aqui vai mais uma coisa que me deixou de boca aberta, mas desta vez pela negativa. Antes disso: FCTenses da UNL, isto aqui é que é uma cantina! (também serve para os FCTeneses da UC, mas tenho que confessar que tenho saudades da cantina amarela!! Muitas muitas!!). Tem imensa coisa – pasta, pizza, carne (grelhada ou não), peixe, verduras… e depois tem uma sopa que é simplesmente horrível (e que vem estragar o cenário, como podem ver!). A sério, é mesmo intragável! Ainda não tinha comido sopa aqui porque geralmente eles têm sopa de cogumelos que, além de eu não ser propriamente apreciadora de cogumelos na sopa, também não tinha um aspecto nada convincente. Mas ontem à noite era sopa de verduras e eu pensei “ena, pá, é já hoje que mato a barriga de misérias e vou-me à sopinha”! Ingénua! Se nunca tinha visto ninguém comer sopa era por alguma razão! Mas não! Experimentei, e paguei 1.16eur por aquilo e quando meti a colher à boca quase que me vinham as lágrimas aos olhos – e aqui tenho que fazer uma espécie de parêntesis e dizer que a dita sopa tinha pimenta preta a montes, o que poderia ter mascarado o sabor – mas não mascarou e acho que só piorou!! Conclusão e nota mental para o futuro: não comer sopa italiana! Nunca mais!
3. Pessoas
Já aqui tinha dito que os típicos triestinos são super simpáticos e prestáveis. Continua a ser verdade. Só queria acrescentar mais umas informações. A população de Trieste é composta maioritariamente por pessoas com idade superior a 65 anos, sendo que é mesmo das cidades com uma maior percentagem de pessoas idosas (desconfio que seja por causa do sol, porque eles aqui levam o bronze mesmo a sério – portanto têm muita vitamine D e consequentemente não devem sofrer de problemas relacionados com a falta de cálcio, digo eu! Isso e também porque a cidade é super pacata, toda a gente se conhece e podem andar na rua à noite sem problema algum - portanto, também não devem sofrer de stress e afins. E com estas suposições já salvei uns tantos velhotes! Eheh!). Teorias à parte, a verdade é que, apesar de grande parte da cidade ser composta por idosos, também é verdade que a população jovem tem vindo a crescer. Não os habitantes de Trieste, mas os que vêm de fora é que são maioritariamente jovens. Não só para estudar na Universidade como para trabalhar no SISSA (relacionado com engenharias, física, matemática, astronomia, etc). E aí a diversidade é impressionante – só para terem uma ideia, em termos de população italiana, são mais os estudantes que vêm do sul de Itália – Sicília, Sardenha, etc (aparentemente o Sul de Itália é como o interior de Portugal – o emprego escasseia e a riqueza do pais está maioritariamente no Norte do pais). Quanto aos estudantes estrangeiros – vêm de todo o mundo. No SISSA são maioritariamente russos, indianos e afins; aqui na Universidade há pessoal de todo o lado – Albânia, Líbia, Espanha, Angola… Por isso é um óptimo local para conhecer gente de todo o mundo, cultura, religião… Além disso, tendo em conta que a própria cidade fica perto de outros países, sendo que a Eslovénia fica a pouco mais de 7km daqui, e que a sua edificação teve a mão de vários impérios, está-se mesmo a ver que é uma cidade miscelânea, sendo rica também por isso. Enfim, estou verdadeiramente apaixonada por Trieste! Por fim, em termos de ciência: Trieste tem em média 3 vezes mais pessoas a trabalhar em Ciência do que o resto da Itália (18% vs. 6.5%, segundo o professor Enrico que é um poço de cultura!), fazendo desta cidade um dos locais a nível europeu com maior percentagem de cientistas!
E pronto, já chega de paleio. O resto são fotos que tirei no fim-de-semana passado. Espero que gostem (especialmente tu, Igor! A ver se com fotos te convenço a vires cá!).
1. Os triestinos e os cães
Porquê este tópico? Ora bem, porque ao contrário do tuga que tem o cão por animal de estimação – sendo que estimação em português significa cuidar do cão e estimá-lo, lá está – os triestinos têm, no meu entender uma maneira esquisita de cuidar dos seus cães, que são mais animais de companhia do que de estimação. E porquê? Porque aqui é super normal levar o cãozinho para a noite ou para exposições ou para onde quer que seja; o que importa é que o bicho não fique sozinho em casa, por isso leva-se para todo o lado. Ao ponto de eu já ter visto um cão com uma tala na pata traseira e estar em plena rua numa noite de sábado onde o espaço entre pessoas mal dava para respirar!! E depois o típico triestino tem cães pequeninos, daqueles que dá quase vontade de meter na mala, portanto estão a ver que andar por estas bandas requer uma atenção constate ao chão, não se vá dar o caso de pisar algum cão. Mas pronto, é de louvar o esmero que se tem em não deixar o cão em casa, sozinho e abandonado!
2. Coisas que me deixam de boca aberta
Pois bem, tenho a declarar que a estupidez é, de facto, universal. Fiquei literalmente de boca aberta quando um italiano disse ao Benedito, um angolano: “Ah! Falas português!! Pensava que em África se falava africano!!” (sem comentários). E outra situação, desta vez muito mais grave (não só pelo que é mas porque aconteceu mais do que uma vez): quando andava a ver de casas perguntavam-me donde era (até aqui tudo bem) e depois, para efeitos de assinatura de contracto, perguntavam se Portugal era um país comunitário! Ora, a primeira vez aconteceu com o meu futuro companheiro de casa que tem para ai 20 anos, ou seja, ainda o bacano não tinha nascido e já nós pertencíamos à CEE! Depois foi um senhor de 40-50 anos…. Já devia ter idade para ver notícias quando entrámos para a dita CEE, não é? Enfim…
Mas nem tudo é mau, e posso dizer que hoje (sábado, dia 26 de Setembro) fiquei de boca aberta quando paguei 57cent por: um café com leite; pão com manteiga e marmelada (sendo que também havia Nutela e mel); um brioche (sendo que havia para ai umas seis variedades de bolos para escolher)!!! UAU! =) Escusado será dizer que vou voltar a tomar o pequeno-almoço na cantina mais vezes, mas não todos os dias, senão torno-me intolerante ao açúcar - ou diabética, não é Joana Nunes? (esta gente come hidratos de carbono que é uma coisa parva – doces logo de manhã, e muitos, e pasta e pizza ao longo do dia. Não há barriga tuga que aguente! Nem cintura, nem ancas nem nada!!!).
E por falar em cantina, aqui vai mais uma coisa que me deixou de boca aberta, mas desta vez pela negativa. Antes disso: FCTenses da UNL, isto aqui é que é uma cantina! (também serve para os FCTeneses da UC, mas tenho que confessar que tenho saudades da cantina amarela!! Muitas muitas!!). Tem imensa coisa – pasta, pizza, carne (grelhada ou não), peixe, verduras… e depois tem uma sopa que é simplesmente horrível (e que vem estragar o cenário, como podem ver!). A sério, é mesmo intragável! Ainda não tinha comido sopa aqui porque geralmente eles têm sopa de cogumelos que, além de eu não ser propriamente apreciadora de cogumelos na sopa, também não tinha um aspecto nada convincente. Mas ontem à noite era sopa de verduras e eu pensei “ena, pá, é já hoje que mato a barriga de misérias e vou-me à sopinha”! Ingénua! Se nunca tinha visto ninguém comer sopa era por alguma razão! Mas não! Experimentei, e paguei 1.16eur por aquilo e quando meti a colher à boca quase que me vinham as lágrimas aos olhos – e aqui tenho que fazer uma espécie de parêntesis e dizer que a dita sopa tinha pimenta preta a montes, o que poderia ter mascarado o sabor – mas não mascarou e acho que só piorou!! Conclusão e nota mental para o futuro: não comer sopa italiana! Nunca mais!
3. Pessoas
Já aqui tinha dito que os típicos triestinos são super simpáticos e prestáveis. Continua a ser verdade. Só queria acrescentar mais umas informações. A população de Trieste é composta maioritariamente por pessoas com idade superior a 65 anos, sendo que é mesmo das cidades com uma maior percentagem de pessoas idosas (desconfio que seja por causa do sol, porque eles aqui levam o bronze mesmo a sério – portanto têm muita vitamine D e consequentemente não devem sofrer de problemas relacionados com a falta de cálcio, digo eu! Isso e também porque a cidade é super pacata, toda a gente se conhece e podem andar na rua à noite sem problema algum - portanto, também não devem sofrer de stress e afins. E com estas suposições já salvei uns tantos velhotes! Eheh!). Teorias à parte, a verdade é que, apesar de grande parte da cidade ser composta por idosos, também é verdade que a população jovem tem vindo a crescer. Não os habitantes de Trieste, mas os que vêm de fora é que são maioritariamente jovens. Não só para estudar na Universidade como para trabalhar no SISSA (relacionado com engenharias, física, matemática, astronomia, etc). E aí a diversidade é impressionante – só para terem uma ideia, em termos de população italiana, são mais os estudantes que vêm do sul de Itália – Sicília, Sardenha, etc (aparentemente o Sul de Itália é como o interior de Portugal – o emprego escasseia e a riqueza do pais está maioritariamente no Norte do pais). Quanto aos estudantes estrangeiros – vêm de todo o mundo. No SISSA são maioritariamente russos, indianos e afins; aqui na Universidade há pessoal de todo o lado – Albânia, Líbia, Espanha, Angola… Por isso é um óptimo local para conhecer gente de todo o mundo, cultura, religião… Além disso, tendo em conta que a própria cidade fica perto de outros países, sendo que a Eslovénia fica a pouco mais de 7km daqui, e que a sua edificação teve a mão de vários impérios, está-se mesmo a ver que é uma cidade miscelânea, sendo rica também por isso. Enfim, estou verdadeiramente apaixonada por Trieste! Por fim, em termos de ciência: Trieste tem em média 3 vezes mais pessoas a trabalhar em Ciência do que o resto da Itália (18% vs. 6.5%, segundo o professor Enrico que é um poço de cultura!), fazendo desta cidade um dos locais a nível europeu com maior percentagem de cientistas!
E pronto, já chega de paleio. O resto são fotos que tirei no fim-de-semana passado. Espero que gostem (especialmente tu, Igor! A ver se com fotos te convenço a vires cá!).
Una bella finestra =)
Giardino Pubblico M. Tommasini
James Joyce statue (he lived in Trieste for many years)
Parco di Rimembranza (where each stone represents the memory of someone who died)
Altra finestra belissima.
Castelo de S.Giusto (1470-1630; these men are the same of the main clock of Pizza Unità)
Seesight from S. Giusto
Golfo di Trieste
Gopcevich was the family who lived in that beautiful palace in Canal Grande
Aquiles (and his foot!)
Teatro Romano (2nd century), near S.Giusto Castle
Monumenti al Caduti (in memory of the ones who died in the War)
Detail of the statue (you can see all the veins, muscles... its perfect!)
Piazza Unità on Saturday (always crowded and with activities for everyone)
“la terra non è un giocattolo”
Teatro Comunale Giuseppe Verdi (founded in 1801 and designed by Matteo Pertsch)
Buffet!
Giardino Pubblico M. Tommasini
James Joyce statue (he lived in Trieste for many years)
Parco di Rimembranza (where each stone represents the memory of someone who died)
Altra finestra belissima.
Castelo de S.Giusto (1470-1630; these men are the same of the main clock of Pizza Unità)
Seesight from S. Giusto
Golfo di Trieste
Gopcevich was the family who lived in that beautiful palace in Canal Grande
Aquiles (and his foot!)
Teatro Romano (2nd century), near S.Giusto Castle
Monumenti al Caduti (in memory of the ones who died in the War)
Detail of the statue (you can see all the veins, muscles... its perfect!)
Piazza Unità on Saturday (always crowded and with activities for everyone)
“la terra non è un giocattolo”
Teatro Comunale Giuseppe Verdi (founded in 1801 and designed by Matteo Pertsch)
Buffet!
